quarta-feira, 4 de julho de 2007

L21.Jportuguês


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LISBOA SÉCULO XXI

Lisboa é a síntese perfeita de Portugal. Nenhuma outra cidade expressa com tanta naturalidade o espírito do povo. É a aldeia grande onde os portugueses, das outras terras, trabalham e se misturam com as gentes das mais variadas cores e proveniências.
Invadida por povos do norte da Europa, do norte de África e Asiáticos, Lisboa ganhou a sabedoria da convivência e da fraternidade. Das suas praias partiram caravelas a descobrir o amor nas terras desconhecidas que o mar escondia com lendas de medo e de terror. Estes desafios excitam os portugueses. Por amor é um cordeiro. Maltratado é um leão enfurecido e imprudente.
Durante séculos, Lisboa foi conquistando as terras inundadas pelo estuário do Tejo que vivia, preguiçosamente, espraiado por toda a zona da baixa e Martim Moniz.
Quando da conquista, em 1147, o rio Valverde era ainda o fertilizador dos campos que o marginavam. Todos esses braços de água vão praticamente desaparecer com o Terramoto. D. Maria I mandou arrasar toda uma praia para aí erguer residência. Ainda hoje as ruelas com nomes de Boqueirões (v.g. Boqueirão da Galé) nos lembram os lugares por onde as linhas de água se encaminhavam para o mar.
Em 1147, Lisboa tornou – se portuguesa, em 1255 foi elevada a capital do reino. Em 1500 já era capital de um Império fabuloso que se estendia pelos imensos territórios de África, Brasil, Índia e Oceânia. Em 1580 foi ocupada pelos espanhóis que reivindicaram direitos sucessórios. Em 1640, expulso o familiar indesejado, reergue a esperança. Em 1725 volta a ser a cabeça de um poderoso e rico Império.
Tal como nos séculos XVI e XVIII, Lisboa continua a ser uma terra de muitas línguas.
Encontra – se situada na margem direita do rio Tejo, espraiando – se nele, recebe a brisa do mar que lhe fica a escassos minutos de distância e forma uma baía imensa, onde cabem cidades flutuantes e um porto natural em toda a sua extensão.
Lisboa não é só rio, trabalho ou monumentalidade; é descontracção, é anti – stress, é conhecimento natural, é riso gentil e saudável, fruto do carácter franco e aberto dos portugueses, e também do clima ameno que os torna doces, ingénuos e hospitaleiros. Se houver vinte dias de frio por ano é o máximo, por isso a boa disposição e o saborear a vida, sem grandes preocupações, é mais uma das suas características.
A temperatura média ronda os 18 graus.
Ao chegar a Lisboa já tem onde dormir e uma ideia daquilo que deseja visitar. Mas se não tem, não se preocupe. Já todos sabem que o improviso é com os portugueses: são os especialistas em arranjar soluções rápidas para os mais difíceis e complicados problemas.
Os Serviços de Turismo têm uma relação com as mais diferentes hipóteses, para a sua estadia. Pela nossa parte, e sobre esta matéria, indicamos uma lista de hotéis, residenciais e pensões aos mais variados preços.
Vou dar – lhe números de telefone que respondam a todas as suas primeiras perguntas. No Palácio Foz, nos Restauradores, Tel.: 21 346 38 58, 21 346 33 14, estão disponíveis das 9 horas até às 20 h. Se estes falharem ainda tem o Nº. Verde 800 296 296. No Aeroporto, Tel.: 21 849 43 23 e 21 849 36 89, disponíveis das 6 h às 14 h. Tem ainda o ICEP (Investimento, Comércio e Turismo de Portugal), Tel.: 21 793 01 03, 21 794 10 826. Para a População Surda existe um serviço de Intérpretes – Campo Grande, 25 – Tel. 21 798 80.

VIAGENS A METADE DO PREÇO

Para viajar de autocarro, eléctrico ou elevador sugiro – lhe que compre os bilhetes nos quiosques da Carris, tabacarias e outras pequenas lojas. Pergunte. Ficam – lhe a metade do preço dos comprados nesses meios de transporte. No Metro, as carteiras de 10 bilhetes também ficam 20% mais baratas. No entanto, se optar por adquirir um Lisboa card, este passe turístico dá – lhe direito a viajar nos transportes da Carris e no Metro sem limite, a entrar em 20 museus e a ter reduções de 10 a 50 % noutros locais de cultura.
Este passe compra – o no posto de Turismo dos Restauradores – Palácio Foz – Tel. 213463314, nos quiosques de Turismo da Rua Augusta, Castelo de S. Jorge, no museu de Arte Antiga ou no Mosteiro dos Jerónimos. Existe um bilhete: Autocarro, Elevador e Eléctrico só para um dia.
Se tiver dificuldades pergunte. Os portugueses adoram ajudar os estrangeiros ou mesmo outros portugueses. Estrangeiro, para português, é rei.
Vou dar–lhe um pequeno exemplo: os serviços de transporte, normalmente, deveriam ser complementares uns dos outros numa determinada área, ou seja deveriam indicar como atingir o local pretendido utilizando os meios que estão próximos uns dos outros, mas não indicam e, muitas vezes, nem dos seus próprios transportes são capazes de lhe mencionar a zona de paragem. Se isto para um nacional é difícil, para um estrangeiro é complicadíssimo. Não há nada a fazer. É perguntar a este e àquele. Confirme sempre.
Caso tenha pressa e queira visitar ou ir a alguma instituição que consta ter estado fechada para obras, aconselho a telefonar e a confirmar se tudo está em funcionamento. Digo-lhe porquê. Quando se diz que, temporariamente, este ou aquele organismo estão fechados, temporariamente, em português, pode significar um ano, uma década, ou alguns séculos. Para os portugueses isto dá-lhes muito gozo, estrangeiro é que pode não achar graça…
Nos transportes públicos e recintos desportivos fechados é proibido fumar. Nos restaurantes só gente de fraca condição, ou os muito viciados o fazem.
As ruas estão cada vez mais limpas, mas ainda há muito ignorante a deitar papéis para o chão, a esborratar paredes e veículos públicos.
O barulho das buzinas ainda se faz ouvir. São os condutores, de menos instrução, que usam este método para chamar a atenção sobre as suas frustrações.

MANIAS DOS PORTUGUESES

Embora não pareçam, os portugueses são bastante envergonhados e muitas vezes incapazes de tomar atitudes vulgaríssimas mas eu eles pensam menos próprias. É o chamado sentido crítico exagerado e um enorme medo do ridículo; no entanto, quando têm cursos superiores gostam que os tratem por doutores. É outro complexo, que não faz mal ao mundo e que vai passar com o tempo. Os homens e as mulheres portuguesas que deslumbraram e continua a deslumbrar mundo, não tiveram cursos especiais. Tiveram e têm o saber da vida. Cito alguns. Gil Vicente, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Camões, Bocage, Florbela Espanca, Alexandre Herculano, Fernando Pessoa, José Saramago.
Os homens e as mulheres portugueses são muito amáveis e carinhosos. Às vezes as turistas sentem um certo incómodo porque não estão habituadas a tantas atenções nos seus próprios países onde os homens pensam mais no trabalho ou numa pequena farra com os amigos, e elas evitam falar com desconhecidos.
Lisboa é o protótipo da casa portuguesa, simbolizada no fado “É uma casa portuguesa com certeza… é com certeza uma casa portuguesa…” Depois vem a ligação familiar com os clubes de futebol: o Sporting, o Benfica e o Porto. Ser de um destes clubes é tanto, ou mais, do que ser familiar de sangue e, mesmo que os membros dos clubes nunca se tenham conhecido, basta a simples menção de serem do Benfica, do Sporting ou do Porto há vários anos para de imediato se estabelecer uma entreajuda e uma amizade sólida e duradoura. A ligação ao Porto, ao Sporting e ao Benfica, é para toda a vida. Percam ou ganhem, os adeptos ficam-lhes fiéis até à morte. Português pode mudar de partido ou de Religião. De clube não há memória de vira casacas (1).
Fica uma pequena sugestão: Em Lisboa nunca ande com muito dinheiro na carteira e nunca se meta em apertos com muito barulho à mistura. Os amigos do alheio actuam em grupos de três. Um coloca-se à frente da vítima e os outros ajudam-no no “trabalho”. Por vezes um finge que perdeu uma moeda, enfim, tenta distrair a assistência. Tenham cuidado. Não queremos que fique com má impressão dos lisboetas, embora estas situações sejam frequentes em todos os países do mundo. Também não dê esmolas. A Câmara Municipal de Lisboa e o Governo têm um bom serviço de apoio social aos carenciados. só não recorrem a ele os que desejam viver de expedientes. Há casas de acolhimento temporário, refeições gratuitas e balneários também gratuitos. Por favor não alimente vícios. Não facilite a tentação.
Lisboa é a cidade mais segura da Europa onde é frequente encontrar, à hora do almoço ou do jantar, um ou outro Ministro ou o Presidente da Câmara sem qualquer tipo de guarda-costas.
Só mais uma observação. Lisboa é uma cidade muito antiga e que, felizmente, não sofreu guerras; por esse motivo, às vezes, as ruas podem parecer menos limpas, apesar dos cuidados dos serviços Municipais. Isso deve-se não só aos edifícios e ruas antigas mas também à falta de chuvas, tão frequentes no Norte da Europa, e lhes dá um ar de limpeza que aqui é muito difícil de conservar apesar de todos os dias as ruas serem lavadas.
Lisboa tem a forma de um anfiteatro com muitas galeria e muitos miradouros de onde se vêem os monumentos e ouvem os sons de uma cidade calma e saudável, que liga os costumes e as tradições do século XII ao ultra sofisticado século XXI. Tudo convive num tempo que não pára e se passeia tranquilamente por Alfama, pelo Castelo, pela Graça, pela Mouraria, pelo Bairro Alto, pela Madragoa como no tempo dos Cruzados e dos Árabes.
As autênticas casas dos séculos passados encontram-se aqui. Nas outras capitais europeias elas foram destruídas pelas bombas que arrasaram edifícios e consciências. Os portugueses há muito tempo compreenderam que não passam de insignificantes frutos da terra transformados em gente.
Lisboa é a cidade onde o prazer, a cultura, a alegria de viver e a segurança se conjugam num fabuloso exemplo de fraternidade.
Em Lisboa ninguém se cansa. Sobe de elevador, passeia de autocarro, de eléctrico ou táxi pelos montes que a rodeiam e a aconchega, e desce a pé pelas ruas, pelas calçadas, pelos becos, pelas vielas e pára nos jardins, nos restaurantes, nos pequenos bares ou nas tasquinhas para descansar e saborear o paladar português.
Dou-lhe dois exemplos para ver como é fácil resolver problemas complicados. Imaginemos que está no Largo do Rato, e quer ir para os Restauradores. A distância parece enorme. Nãoé. Hoje até tem o Metro. Mas esqueçamo-lo. Prefere ir a pé. Entra na rua do Salitre; fica confinada pela entrada do Metro do Rato e o chafariz do Palácio Palmela, passa a Casa do Ribatejo, a Fundação Oriente de estilo neo barroco, o Largo Jean Monet e está na Av. Da Liberdade, mais quatro minutos chega ao seu destino. Ao todo demorou dez minuto e observou, sem esforço, mais uma parte da cidade.
Outro exemplo: quer ir da Baixa para o Bairro Alto, está na Rua da Prata ou na Rua Augusta ou na Rua do Ouro.
Tem ali como transversal a Rua Vitória, entra no Metro e vai de escadas rolantes até ao Chiado, uma das zonas mais elegantes de Lisboa. O Bairro Alto está ali a dois minutos de distância.
Uma outra sugestão: nunca se fixe num só restaurante. é preferível o risco de uma desilusão do que perder os diferentes sabores e surpresas da variedade. na variedade é que está o encanto e o sublime do prazer.
Lisboa foi a capital de um Império cujo rei usava, por direito, o título de Senhor de Portugal e dos Algarves, D'Aquém e D'Além Mar em África, do Comércio e da Navegação da Etiópia, da Arábia, da Pérsia e da Índia.
Em todos estes lugares praticámos a aventura do amor, do comércio e da saudade. Neles deixámos e trouxemos a alma que faz dos portugueses o povo mais consensual do mundo.
A cidade vai dividida por zonas. Escolha aquela que mais lhe convém. Se não conseguir encontrar o que pretende, pergunte. Pergunte não uma, mas sim duas ou três vezes. Certifique-se que vai no caminho desejado. Em último caso telefone para os organismos já indicados nas páginas anteriores.

PARQUE EDUARDO VII
TERREIRO DO PAÇO

Do alto deste bem ordenado e bonito Parque, avista o Marquês, a Avenida da Liberdade com 1500 metros de comprimento e 90 de largura, os Restauradores, a Baixa e, no final, a banhar a Praça do Comércio, também chamada do Terreiro do Paço, encontra-se o Tejo.
Na parte noroeste do Parque tem a Estufa-fria onde as fontes, os lagos, as cascatas, as grutas, a Estufa Quente e a Doce abrigam e enquadram plantas exóticas e raras, vindas de todo o mundo.
Nos lagos, além dos peixes, aproveitam as águas ou as margens, uma imensa variedade de aves, algumas das quais percorrem os 26 hectares do Parque para exercitar o voo e encher de ternura quem ali passeia.
Tem esplanadas, junto ao lago, e um parque infantil onde o tempo descansa.
O Parque tem o Tel.213882278. É servido pelos autocarros nº. 1, 2, 12, 20, 22, 31, 38, 41, 46, 49. O Metro tem as estações Marquês de Pombal e Parque.

ESTÁTUA DO MARQUÊS

Saindo do Parque vai encontrar a Rotunda ou seja a Praça do Marquês de Pombal. A estátua, com pedestal, eleva-se a 36 metros. O Marquês, Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), foi ministro do rei D. José I (1750-1777). Legislou como entendeu. Reconstruiu Lisboa a seguir ao Terramoto de 1755 que destruiu quase dois terços da cidade e fez desaparecer no fogo ou nas águas, uma fortuna incalculável em livros, obras de arte, móveis, ouro e pedras preciosas.
O Marquês não ficou a chorar o irrecuperável. Lançou-se decididamente a reedificar a cidade. Fê-lo com pulso de ferro, mesmo com barbaridade.
Por sua iniciativa criou instrumentos que desenvolveram não só Lisboa como todo o país: a agricultura, o comércio, a indústria atingiram desenvolvimento fora do comum, criou as Companhias: das Vinhas do Alto Douro, do Grão Pará, Maranhão e Paraíba, acabou com a distinção entre cristãos-novos e velhos, reorganizou o ensino, reformou a universidade, etc. etc. etc. Numa palavra: voltou a colocar Portugal ao nível da Europa mais evoluída.
Consultar História de Portugal na Internet: http//planet.clix.pt/cunhasimoes.
Muito contestado, depois da morte do rei, é exilado par Pombal. Passados cento e cinquenta anos foi-lhe perdoada a desumanidade, reconhecido o valor a favor do bem-estar colectivo e erguida a estátua do Marquês, de leão ao lado. O obelisco está ainda ornamentado pelas figuras da Serenidade, da Força, da Agricultura, da reforma da Universidade de Coimbra e outros elementos que simbolizam a sua obra.

AVENIDA DA LIBERDADE


(1) – Aquele que não se mantém firme num partido, que passa para outro.